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sábado, 14 de janeiro de 2012

TEOLOGIA SISTEMÁTICA - AULA 2 - ESCRITURAS - PARTE 2




Vejamos o que a Bíblia fala sobre tradições:

TRADIÇÃO: São informações, costumes, crenças e práticas religiosas transmitidas oralmente de

Geração a geração. 
Os fariseus davam mais valor às tradições do que à Lei (Mt.15:1-20). 

São as Crenças e práticas religiosas das pessoas em geral, isto é, dos não-judeus, mas também
são as verdades ensinadas pelo apóstolo Paulo em todas as suas epístolas e isso não pode contradizer. 


* Tradição(grego - paradosis - paradosis) – significa objetivamente, aquilo que é proferido, a

substância de um ensino e também o corpo de preceitos, especialmente os rituais, que na opinião dos
judeus tardios foram oralmente proferidos por Moisés e oralmente transmitidos em íntegra sucessão

para gerações subseqüentes. 
Esses preceitos, que tanto ilustravam como expandiam a lei escrita, deviam ser obedecidos com

igual reverência.
Paulo nos manda ter cuidado com as filosofias do mundo (Cl.2:8), mesmo defendendo

aquilo que recebeu do Senhor Jesus (2 Ts.3:6) e o próprio Pedro nos fala que fomos resgatados
da tradição oral pelo sangue de Cristo e no final defende a Palavra pregada como algo superior à

tradição (Leia 1 Pe.1:18-25).


*Temos que guardar o que ouvimos, mas segundo o amor e a fé em Cristo e não conforme o
que fere os mandamentos de Cristo (2 Tm. 1:13);

*Temos que reter as tradições que foram ensinadas, mas segundo a palavra e a epístola, o
que não pode haver contradição (2 Ts.2:15);

*Temos que nos afastar daquele que não anda segundo a tradição recebida, mas a Palavra
deve ter curso em nossa vida, ricamente estudada, sempre no amor e na paciência de Cristo que

nos mandou amar uns aos outros como nos amou (2 Ts.3:1-6).
*Temos que ouvir e confiar a homens idôneos a tradição oral, mas também Deus nos dará

entendimento em tudo, principalmente na leitura da Palavra (2 Tm.2:1-2 e 7).
E mesmo que muitas outros sinais e não ensinos de Cristo não estejam escritos na Bíblia,

(Jo.20:30; Jo.21:25), mesmo assim, o que foi escrito foi inspirado por Deus (2 Tm.3:16) e para
nosso aviso da parte de Deus (1 Co.10:11), pois a Palavra nos foi escrita por exortação (1

Co.15:54; Hb.13:22; 2 Pe3:15; 1Jo.2:14), confirmada pelo Espírito Santo (1 Jo.5:7), o qual termina
em nós a cada dia (2 Co.3:2-3).


15. QUANTO À INTERPRETAÇÃO CORRETA DA BÍBLIA:

A igreja católica afirma que somente ela (ou os padres, bispos e papas, que também são homens,
como todo mundo), pode entender e tem a autoridade nas escrituras. Vejamos o que a Bíblia diz:

* Jesus é quem abre nosso entendimento para entendermos as escrituras (Lc.24:45);
* Paulo diz que o Senhor nos dará entendimento de tudo (2 Tm.2:7);

* Deus mesmo é quem coloca sua lei em nossos corações (Hb. 8:10);
* Deus nos dará entendimento para conhecermos a verdade (1 Jo.5:20);

* Deus dará sabedoria a quem lhe pedir (Tg. 1:5);
Mesmo que a profecia da escritura não seja de particular interpretação, mas o espírito santo

inspira a quem quer (2 Pe.1:20-21).
A Igreja católica diz que ensina a única verdade, a única moral e obedece ao único pastor,o

papa,mas a Bíblia diz sobre a verdade e sobre quem é nosso pai?


16. O QUE É A VERDADE?
A VERDADE NO ANTIGO TESTAMENTO:

* verdade – hebráico Mnma ‘umnam – fato certo (Gn.18:13);
* verdade – hebráico tma ‘emeth – firme, fiel, constante, como a doutrina de Deus (Gn.24:27);

* verdade – hebráico bwj towb -  bom, apropriado, conveniente, correto em benefício de todos
(Gn.24:50);

* verdade – hebráico ‚ zka ‘aken – estáavel, firme, fixo e determinado (Gn.28:16);
* verdade – hebráico @a ‘aph – de fato, ainda mais, também (idéia de algo maior) – (Dt.33:3);

* verdade – hebráico Mymt tamiym - completo, total, inteiro, são (1 Sm.14:41);


            

* verdade – hebráico hmzna ‘emuwnah – confiável (Sl.37:3);
* verdade – hebráico qdc tsedeq - justiça, correção, retidão (Is.45:19);

A VERDADE NO NOVO TESTAMENTO:
* verdade – grego - amhn - amen - "Amém" é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente

do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. 
Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. 

É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada—de
fato, é quase idêntica—com a palavra hebraica para "crer" (amam), ou crente. Assim, veio a significar

"certamente" ou "verdadeiramente", uma expressão de absoluta confiança e convicção.
A verdade é que devemos crescer na graça e no conhecimento de Deus (2 Pe.3:18);

A verdade é que somente Jesus nos leva a Deus, como único mediador entre Deus e os
homens  (Hb.9:24-26; Jo.14:6; Jo.17:3; Rm.16:27; Hb.10:12; Jd. 1:4; 1 Tm.2:5; Hb.8:6; Hb.9:15;

Hb.12:24);
A verdade é que o Espírito Santo nos guiará à verdade de Deus (Jo.16:13);

A verdade é que a palavra é a verdade que santifica (Jo.17:17);
A verdade é que mudaram a verdade de Deus em mentira adorando ídolos (Rm.1:25);

A verdade é que muitos não andam nela (Gl.2:14);
A verdade é que devemos crescer em Cristo, cabeça da igreja em amor (Ef.4:15);

A verdade é que muitos proíbem o casamento (celibato) e a comida que Deus deu em ações
de graça (1 Tm.4:3);

A verdade é que nenhuma mentira vem da verdade (1 Jo.2:21);
A verdade é que Jesus é divino e humano ao mesmo tempo (2 Jo.1:1);

Além disso Pedro era casado, tinha sogra (Mc.1:30) e não podemos chamar a ninguém de
papa=pai, pois Jesus nos proibiu isso (Mt.23:9).


17. BÍBLIA SAGRADA

Formada por 66 livros é a mensagem de Deus para o seu povo. 
Deus inspirou homens para registrar suas palavras a fim de transmiti-las a outras pessoas. 

É ferramenta para entendimento da vontade de Deus para nossas vidas. 
Proclama a obra amorosa e redentora de Deus para os que não conhecem Jesus Cristo. 


ANTIGO TESTAMENTO

Formado por 39 livros escritos originalmente em hebráico, é um relato histórico da obra de Deus na
terra antes do nascimento de Jesus. Moisés, Isaías, Daniel e Davi estão entre os escritores que durante

milhares de anos escreveram o Velho Testamento, que se divide em 3 partes principais: História, Poesia
e Profecia. 


OS LIVROS HISTÓRICOS: Começam com os 5 livros de Moisés, formando o Pentateuco. Eles contêm

a história da criação do universo, Adão e Eva no Jardim do Éden, o grande Dilúvio, o êxodo dos
israelitas da escravidão no Egito. O Pentateuco também contém as primeiras leis de Deus ao seu povo. 


OS LIVROS POÉTICOS: No centro do Velho Testamento há 5 livros poéticos escritos principalmente

pelos reis Davi e Salomão. Esses livros incluem canções de louvor a Deus (os Salmos), princípios de
sabedoria (Provérbios e Eclesiastes) e um maravilhoso poema de amor entre uma noiva e um noivo

(Cântico dos Cânticos). Neles encontramos maravilhosas meditações sobre o amor de Deus por nós,
seu poder sobre toda a criação e seu desejo do nosso respeito e temor. 


OS LIVROS PROFÉTICOS: Vêm depois dos livros poéticos e foram escritos por cerca de dezesseis

diferentes autores. Isaías, Jeremias e Daniel, que escreveram livros mais longos, são os profetas
maiores. Ageu, Zacarias e Malaquias estão entre os profetas menores, cujos livros são mais curtos. 

Esses livros falam do desapontamento de Deus porque Israel não seguiu suas ordens, relembram
ao povo o amor incondicional de Deus por ele, além de apregoarem a vinda do Messias que redimiria

Israel para sempre. 




            

CANON DO ANTIGO TESTAMENTO: Conjunto dos livros do AT que a igreja cristã reconhece como
genuínos e inspirados. No cânon aceito pelos evangélicos há 39 livros. O cânon católico tem a mais 7

livros e algumas porções. O cânon do AT é o mesmo para os judeus e os evangélicos.


NOVO TESTAMENTO:
Seus 27 livros escritos foram escritos em grego e num espaço de cerca de 50 anos. Sua

mensagem principal se refere à obra redentora de Jesus Cristo e à primitiva igreja cristã, mas também
oferece preciosos mandamentos sobre a vida com Deus. Pode ser dividido em 3 partes: Evangelhos, as

Epístolas e Profecia. 


OS EVANGELHOS: Os quatro primeiros livros do Novo Testamento são os Evangelhos, que contam a
história do nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. Eles também relembram os ensinamentos

de Jesus para seus discípulos, como segui-lo e continuar sua obra depois de seu retorno ao céu. 
Em seguida, vem o livro de Atos onde estão registrados os primórdios da igreja e a obra dos

discípulos de Jesus realizando milagres e pregando o Evangelho. 
Os evangelhos foram escritos nos anos 65-70 e final do século I, onde o momento histórico foi

transmitido pela tradição oral e finalmente redigido.


AS EPíSTOLAS: Seguindo Atos vêm as epístolas ou cartas que o apóstolo Paulo e outros escreveram
para encorajar os primeiros cristãos na sua caminhada com Jesus. As cartas nos proporcionam ricas

diretrizes sobre os desejos de Deus para a nossa atividade diária. 


O LIVRO PROFÉTICO: O último livro do Novo Testamento é Apocalipse, um livro profético que detalha
a próxima vinda de Cristo à terra. A Bíblia foi um trabalho inspirado por Deus e, portanto, perfeito. O

apóstolo Paulo escreve que toda Escritura é “inspirada por Deus (II Tímóteo 3:16) e Pedro explica que
“nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de

Deus movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). 


CANÔN(Grego“kanõn” = cana,régua) - Padrão ou norma de um escrito, julgado como inspirado ou
dotado de autoridade divina: Características:a)Idade do Livro;b)Língua usada;c)concordância com outros

livros;d)Expressões que atestam a autoridade divina;(Assim diz o Senhor...)e)Função profética
verdadeira;f)Confiabilidade doutrinária;g)natureza dinâmica transformadora; h)aceitação do livro pelo

povo de Deus;i)características literárias.



CANON DO ANTIGO TESTAMENTO


 Conjunto dos livros do AT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados. No cânon
aceito pelos evangélicos há 39 livros. O cânon católico tem a mais 7 livros e algumas porções. O cânon

do AT é o mesmo para os judeus e os evangélicos. 


CANON DO NOVO TESTAMENTO 
Conjunto de 27 livros do NT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados. O cânon do

NT é igual para evangélicos e católicos. No princípio alguns livros foram aceitos com certa reserva, mas
no final do quarto século o cânon atual já era aceito em quase toda parte. 

O teste para inclusão era basicamente a inspiração divina e era necessário por algumas razões:
*  Havia divulgações de cânon herege;

*  Igrejas orientais estavam usando livros errôneos;
* Cristãos precisavam conhecer os livros sagrados para não morrerem em vão, conforme a lei de

Diocleciano (303 AD), como os mártires Atanásio de Alexandria, Justino o mártir e Irineu.


18. APÓCRIFOS: 
Livros que o Concílio de Trento, em 1546, declarou inspirados, embora não fizessem parte do

Canôn do AT estabelecido pelos judeus da Palestina. 


            

Os católicos chamam esses livros de “deuterocanônicos”, isto é, pertencentes ao “segundo cânon”.
“Protocanônicos” (pertencentes ao primeiro cânon) são os livros do AT que os judeus da Palestina

consideravam inspirados, e esses são aceitos tanto pelos católicos como pelos evangélicos. 
Os livros apócrifos aceitos pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão,

Eclesiástico ou Sirácida, Baruque, Epístola de Jeremias, Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos
a Ester (Ester Grego) e a Daniel (A Oração de Azarias, A Canção dos Três Jovens e as histórias de

Suzana e de Bel e do Dragão.


APÓCRIFOS DO ANTIGO TESTAMENTO: Os apócrifos possuem erros e discrepâncias históricas e
geográficas, ensinam doutrinas falsas divergindo das outras escrituras, possuem estilos artificiais e

diferentes das escrituras e faltam elementos de autenticidade, não foram acatados por Jesus e
combatidos pelos apóstolos.


OS LIVROS APÒCRIFOS: 

São livros que Contrariam os Critérios da Inspiração dos judeus palestinos, zelosos preservadores
dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria. A

Igreja Católica Romana se refere ao cânon do Velho Testamento, ela inclui uma série de livros que os
protestantes chamam de “Apócrifos” mas os católicos de “Deuterocanônicos”, que não aparecem nas

versões evangélicas e hebráica da Bíblia. O resultado disto foi que na opinião popular dos católicos
existem duas Bíblias: uma católica e a protestante, mas só há uma Bíblia, uma Palavra (escrita) de

Deus. Nas línguas originais (o hebraico e o grego), a Bíblia é uma só e igual para todos, mas há várias
versões ou traduções e diferentes idiomas. 


DIFERENÇAS ENTRE AS BÍBLIAS HEBRAICAS, PROTESTANTES E CATÓLICAS

1. Bíblia Hebraica - [a Bíblia dos judeus]: a) Contém somente os 39 livros do V.T.; b) Rejeita os
27 do N.T. como inspirado, assim como rejeitou Cristo; c) Não aceita os livros apócrifos incluídos na

Vulgata (versão Católico Romana) 
2. Bíblia Protestante: a) Aceita os 39 livros do V.T. e também os 27 do N.T.; b) Rejeita os livros

apócrifos incluídos na Vulgata, como não canônicos. 
3. Bíblia Católica: a) Contém os 39 livros do V.T. e os 27 do N.T. b) Inclui na versão Vulgata, os

livros apócrifos ou não canônicos que são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º
de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de

Daniel.


COMO OS APÓCRIFOS FORAM APROVADOS:
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma

protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do
purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc e os romanistas viam nos apócrifos base para

tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. 

Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. No
Concílio de Trento houve várias controvérsias, onde, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal.

A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa
Clemente VIII.

Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o AT e
NT, não como inspirados, mas bons à leitura e de valor histórico, mas em 1629 as igrejas reformadas

excluíram os apócrifos das suas edições da Bíblia. 


PORQUE REJEITAR OS APÓCRIFOS:
1. Porque com o Livro de Malaquias (Último do Antigo testamento) , o Cânon bíblico havia

se encerrado: Depois de aproximadamente 435 a.C não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo
Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, mas eles não foram considerados

dignos de inclusão na coleção das palavras de Deus que vinham dos anos anteriores, como 1
Macabeus: (100 a.c.); Josefo: (37/38 d.C.); a literatura rabínica, os Manuscritos do Mar Morto.. 

        Os judeus estavam de acordo em que acréscimos ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado


            

após os dias de Esdras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. A ausência completa de
referência à outra literatura como palavra autorizada por Deus e as referências muito freqüentes a

centenas de passagens no Antigo Testamento como dotadas de autoridade divina confirmam com
grande força o fato de que os autores do Novo Testamento concordavam em que o cânon do Antigo

Testamento, devia ser aceito como a verdadeira palavra de Deus.


2. Porque a Inclusão dos Apócrifos foi acidental:
A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por

todo o império greco-macedônico. 
Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa,

forte e fluente. Morrendo Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro reinos, ficando o Egito sob a
dinastia dos Ptolomeus. O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, foi grande amante das letras e

preocupou-se com enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Muitos livros foram
traduzidos para o grego. 

Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se
também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da Palestina para os

judeus cuja língua vernácula era o grego.
Segundo um relato de Josefo, o Sumo Sacerdote de Jerusalém, Eleazar, enviou, a pedido de

Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho
Testamento, do qual traduziram o Pentateuco. 

A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo. Esta
tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta, ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em

número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo
tanto zelo ali como na Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores

alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados
ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento. 

Os estudiosos acham que foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de
livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é , a escrituração da Bíblia inteira em um só

volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
       Estes livros têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida

intelectual e religiosa durante as épocas que representam, do período intertestamentário (entre
Malaquias e João Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao

texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.


3. Os apócrifos contém Lendas:
Tobias 6.1-4 - “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio

Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista,
Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe:

Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Então, puxou para terra, e o começou a palpitar a seus pés.


4. Os apócrifos contêm Erros Históricos e Geográficos:
Por exemplo, a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1:15) em vez de Sargão II,

e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (14:15) em vez de Nabopolassar e por
Ciáxares. Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes. [Em 2 Macabeus] há também

numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos,que refletem
ignorância e  confusão. 


5. Os apócrifos contêm Heresias:

TOBIAS - (200 a.C.) - É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e
alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Ensina a justificação pelas obras (4:7-11; 12:8), mediação

dos santos (12:12), superstições (6:5, 7-9, 19), e até um anjo que engana Tobias e o ensina a mentir
(5:16 a 19). 

JUDITE - (150 a.C.) É a História de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade enganando
um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios. 



            

BARUQUE - (100 a.D.) - Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta
Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. A data é muito posterior,

quando da 2ª.destruição de Jerusalém, antes de Cristo. Seu principal erro é o ensino da intercessão
pelos mortos (3:4). 

ECLESIÁSTICO - (180 a.C.) - É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fosse as tantas
heresias: justificação pelas obras (3:33,34), trato cruel aos escravos (33:26 e 30; 42:1 e 5),incentiva o

ódio aos Samaritanos (50:27 e 28). 
SABEDORIA DE SALOMAO - (40 a.D.) - Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a

incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta: o corpo como prisão da alma (9:15), doutrina estranha sobre a origem e o destino da

alma (8:19 e 20), salvação pela sabedoria (9:19). 
1 MACABEUS - (100 a.C.) - Descreve a história de 3 irmãos da família “Macabeus”, que no

chamado período ínterbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação
do seu povo e terra. 

II MACABEUS - (100 a.C.) - Não é a continuação do 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio
de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta: a oração pelos mortos (12:44-46), culto e missa

pelos mortos (12:43),  o próprio autor não se julga inspirado (15:38-40; 2:25-27), intercessão pelos
Santos (7:28 e 15:14).

ADIÇÕES A DANIEL: Cap.13-A história de Suzana - Nesta lenda Daniel salva Suzana num
julgamento fictício de falsos testemunhos. Cap.14-Bel e o Dragão – Fala sobre a necessidade da

idolatria; cap. 3:24-90 - o cântico dos 3 jovens na fornalha.


TIPOS DE HERESIAS ENSINADAS NOS APÓCRIFOS:
* Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo: Tobias 6:5-9 - E o

anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas ,
o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que

não tornam mais a chegar a eles.” Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar
toda espécie de demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio. Deus

jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a um servo seu, como usar os métodos da macumba e da
bruxaria para expulsar demônios.  Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria

e bruxaria, e de fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt 12:26).  Um dos sinais
apostólicos era a expulsão de demônios, e o que usaram foi o nome de Jesus (Mc 16:17; At 16:18)


* Ensinam que Esmolas e Boas Obras limpam pecados e Salvam a Alma: Tobias 12:8, 9 - “a

esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a
vida eterna”; Eclesiástico 3:33 - “... a esmola resiste aos pecados”. Este é o primeiro ensino de

Satanás, o mais terrível, e se encontrar basicamente em todas as seitas heréticas. A Salvação por
obras, destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. Se caridade e boas obras

limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de Cristo. Porém, a Bíblia não deixa dúvidas
quanto o valor exclusivo do sangue como um único meio de remissão e perdão:(Hb 9:11,12,22; I Pe

1:18, 19; Rm.3:20, 24 e 29);


* Ensinam o Perdão dos pecados através das orações: Eclesiástico 3:4 - “O que ama a Deus
implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua

oração de todos os dias”. O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o
perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra

que a ninguém pode salvar. Só a oração de confissão e arrependimento baseadas na fé no sacrifício
vicário de Cristo traz o perdão (Pv. 28:13; I Jo 1:9; I Jo 2:1,2) 


* Ensinam a Oração Pelos Mortos: 2 Macabeus 12:43-46 - “e tendo feito uma coleta, mandou

12 mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos
mortos, (...) é, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos

seus pecados”. 
       Neste texto falso, de um livro não canônico, que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica

Romana baseia sua falsa e herética doutrina do purgatório. 


            

       Este é novamente um ensino satânico para desviar o homem da redenção exclusiva pelo
sangue de Cristo, e não por orações que livram as almas do fogo de algum lugar inventado por homens

falhos e pecadores que com tais ensinos negam o claro registro dos ensinos dos apóstolos de Cristo.
Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros para a

Salvação eterna - não existe meio de mudar o destinos de alguém após a morte. Mt. 7:13,13; Lc 16:26.


* Ensinam a Existência de um Lugar Chamado PURGATÓRIO.
Este é o ensino herético e financeiramente conveniente para a Igreja de que o homem, mesmo

morrendo perdido, pode ter uma segunda chance de Salvação. 
Sabedoria 3:1-4 - “As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da

morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi
considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão

em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia
de imortalidade”. 

 A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na última parte deste texto, onde diz: “E, se eles
sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”. 

Eles ensinam que o tormento em que o justo está, é o purgatório que o purifica para entrar na
imortalidade. Textos da Bíblia que mostram a impossibilidade do purgatório (1 Jo 1:7; Hb 9:22; Lc 23:40-

43; I6: 19-31; I Co 15:55-58; I Ts 4:12-17; Ap 14:13; Ec 12:7; Fp 1:23; Sl 49:7-8; II Tm 2:11-13; At 10:43).


6. Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem
Tobias 5:15-19 - “Peço-te que me digas de que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-

lhe: ... Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias” Um
anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei santa de Deus. Todos

os anjos de Deus, foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Veja Lc 1:19.


7. Nos livros apócrifos, ensina-se que o simples ato de jejuar santifica:
Judite 8:5,6 - “jejuava todos os dias de sua vida ...” Este texto legendário tem sido usado por

romana relacionado com a canonização dos “santos” de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia jejuar
todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias e 40 noites e depois não jejuou mais. 

O livro de Judite é claramente um produção humana, uma lenda para escravizar os homens a
ensinos errados e antibíblicos.


8. Nos livros apócrifos se ensinam atitudes anticristãs, como: Vingança, Crueldade e

Egoísmo:VINGANÇA - Judite 9:2 - Contraria o que a Bíblia diz sobre: Vingança (Rm 12:19, 17); 
CRUELDADE e EGOÍSMO - Eclesiástico 12:6 – Contraria o que a Bíblia diz sobre Crueldade e

Egoísmo ( Pv. 25:21,22; Rm 12:20; Jo 6:5; Mt 6:44-48);


9. A igreja Católica tenta defender a IMACULADA CONCEIÇÃO baseando em uma
deturpação dos apócrifos (Sabedoria 8:9,20) - Contradizendo: Lc. 1:30-35; Sl 51:5; Rm 3:23);

Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância porque esses livros incluem erros históricos e de
outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na

Palavra de Deus.


19. INSPIRAÇAO x REVELAÇAO: Divina, pelo Espírito Santo (2Tm.3:16;2 Pe.1:21). Assim diz o Senhor
(Ez.11:5 e 2 Cr.20:14) . Teoria Correta da Inspiração da Bíblia: 

TEORIA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA OU VERBAL: Todas as partes da Bíblia são igualmente
inspiradas e os escritores não foram usados inconscientes, mas cooperava com eles o Espírito Santo,

que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa
influenciante presença do Espírito Santo, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.


REVELAÇÃO X INSPIRAÇÃO: 

Revelação é a ação de Deus que se dá a conhecer ao Escritor e que o homem sozinho, nada pode
saber (Dn.12.8; 1 Pe.1:10,11). Inspiração não implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada, mas



            

nem toda ela foi revelada: Ex. de Revelação:  Gênesis, sonhos de José, escritos de Paulo (Gl.1:11;
Ef.3:3).


DECLARAÇÃO BÍBLICA  X DECLARAÇÃO NA BÍBLIA


A Bíblia não mente, mas registra mentiras de ímpios e do diabo.DecIarações não inspiradas por
Deus,mas registradas;verifique quem,para quem,e quando se fala. 


20. DIVISÃO DA BÍBLIA E SEU SIGNIFICADO EM CRISTO:

A Bíblia se compõe de 2 partes, mas Jesus Cristo é o tema Central da Bíblia: O Antigo testamento,
escrito pela comunidade hebráica em hebráico e aramáico e o Novo testamento, escrito pelos discípulos

de Cristo, ao longo do séc.1 d.C. 
Testamento significa aliança, pacto ou acordo, celebrado entre Deus e os judeus, no antigo pacto e

no novo pacto, entre Deus e os cristãos. 02 Estruturas ou Testamentos(Grego  diafhkh  diatheke =
aliança ou concerto). Com 66 Livros; sendo 39 no Antigo e 27 no Novo em período de 1600 anos,

escrita por 40 autores, traduzida para 240 dialetos, 739 idiomas, 1.280 línguas com 3000 traduções


DIVISÃO DO ANTIGO TESTAMENTO:


(PREPARAÇÃO) - ORDEM NUMÉRICA DESCRITA-NÃO CRONOLOGIA


A) LEI - PENTATEUCO - (05 LIVROS): 
FUNDAMENTO DA CHEGADA DE CRISTO:

Continua...

Evangelista Erick Caetano

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